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Porque não voto em Bolsonaro

Porque não voto em Bolsonaro

Nestas eleições fui candidata ao Senado, pela Rede em Santa Catarina e fiquei extremamente feliz e agradecida com os votos que recebi. Com certeza temos uma onda de pessoas preocupadas com a sustentabilidade no estado.

Quando me perguntavam o porquê da minha candidatura, uma das coisas que eu respondia era porque eu entedia estar no meu melhor momento para assumir uma função dessas, para fazer ainda mais em prol do bem estar de todas as formas de vida. Trabalho na área socioambiental há mais de trinta anos e minha campanha foi baseada em propostas para o futuro. Para os desafios do século 21, que são muitos e de grande magnitude.

Sou mulher, mãe de duas filhas, ambientalista, pacifista, democrata e ativista. Esses elementos por si só já deveriam ser óbvios o suficiente para justificar a opção de não votar no Bolsonaro, afinal tudo o que ele representa não combina com isso. Mas a situação é ainda pior, porque as propostas que ele apresenta são todas de retrocesso, em todas as áreas, mas especialmente na área ambiental. As recentes manifestações de milhares de organizações socioambientalistas apontam claramente os perigos que a candidatura do Bolsonaro representa. É justamente na área ambiental que residem os maiores desafios para a sobrevivência da espécie humana. E falando em coisas óbvias, não custa lembrar que não é a natureza que depende da gente, nós é que dependemos dela.

Eu quero investir os próximos 30 anos ajudando a implantar as mudanças necessárias para a existência de uma sociedade sustentável e não batalhando para evitar ou reverter retrocessos, que vão custar caro para a humanidade. Meu voto, com consciência crítica, será no Haddad e na Manuela. No pior dos cenários, serei resistência. Começando agora. Denunciando ameaças que já estamos sofrendo, as quais repudio fortemente. Compartilho aqui texto do meu marido Wigold Schaffer. E aos amigos e familiares que votam no Bolsonaro, um lembrete: os ativistas que ele quer ver calados, somos nós.

 

#ativismoSIM #democraciaSIM #planteAMOR #MiriamProchnow #praSCacontecer
#EleNão #EleNunca #EleJamais #caixadoisdobolsonaro

As eleições e o clima

As eleições e o clima

No dia 8 de outubro de 2018, enquanto no Brasil ainda conferíamos o resultado da votação do primeiro turno das eleições; na Coreia do Sul, a ONU publicava o novo relatório especial do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática), que analisa os impactos de um aquecimento global de 1,5oC e, também, a possibilidade que temos de frear o aquecimento neste limite. Os cientistas alertam que o aquecimento acima deste patamar trará consequências profundas para a saúde e o bem-estar da Humanidade, e colocará ecossistemas e a biodiversidade em risco.

E o que isso tudo tem a ver com as eleições? Tem tudo a ver, porque vamos precisar de governantes verdadeiramente comprometidos com essa questão. Para evitar a catástrofe climática, as emissões humanas de dióxido de carbono terão que cair 45% até 2030, em relação aos níveis de 2010, e zerar até 2050. E isso só será possível com mudanças sem precedentes no estilo de vida das pessoas, na mudança dos modelos de produção e consumo e no desenvolvimento de tecnologias capazes de remover CO2 da atmosfera.

Considerando-se que temos 12 anos até 2030, não se trata de um desafio trivial.

Veja quais são as atividades que mais contribuem para a mudança do clima do planeta e onde teremos que fazer as mudança sem precedentes:

  1. A emissão de gases pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão mineral e derivados de petróleo, para geração de calor, energia elétrica e para transportes;
  2. Atividades agropecuárias, em especial a criação de bovinos e o uso de fertilizantes nitrogenados;
  3. O desmatamento de florestas;
  4. O descarte de resíduos sólidos de maneira inadequada, como em lixões.

Por isso existem os acordos internacionais, como o Acordo de Paris, assinado em 2015 por 197 países que se comprometeram em lutar contra a mudança do clima, reduzindo as emissões dos gases de efeito estufa. Por isso também existem as metas de cada país. Se nossos governantes não estiverem comprometidos com esses acordos e metas, teremos chances mínimas de vencermos as adversidades climáticas.

Abaixo uma tabela do comprometimento dos dois candidatos a Presidência da República para o segundo turno das eleições 2018. Confira e vote em quem tem compromisso com a democracia e o futuro da humanidade.

A educação é o caminho para a transformação

A educação é o caminho para a transformação

Miriam Prochnow e Lilian Grankow, também professora, com uma turma de alunos da Escola Isolada Caminho da Estação em Ibirama (SC), em 1984. Foto: Acervo pessoal.

Hoje, dia 15 de outubro, Dia dos Professores, me inspirei a olhar para a minha trajetória como educadora…

Eu comecei a dar aula antes mesmo de me formar em Pedagogia. Dava aula durante o dia e estudava a noite. Fui professora de artes, ciências, filosofia, sociologia e inglês. Dei aula em escola pública e particular. Para o primário, o antigo ginásio (hoje ensino fundamental) e para o ensino médio. Depois me especializei em Ecologia e passei a atuar como educadora ambiental, ministrando palestras para diferentes setores da sociedade e orientando estudantes, agricultores, servidores públicos e outros professores.

Ser educadora é um objetivo que me acompanha até hoje porque sei a importância que a educação de qualidade têm na vida de uma pessoa e no futuro de um país. O desenvolvimento social e econômico do Brasil e a igualdade de oportunidades só serão alcançados com a garantia de que tod@s tenham acesso à educação de qualidade.

Como diz Marina Silva, é preciso estabelecer uma ponte entre o Brasil do presente e do futuro. Para isso é imprescindível um esforço emergencial para enfrentar a escassez crescente de trabalhadores qualificados em áreas estratégicas, que caracteriza um verdadeiro apagão de capital humano. A superação dessa situação se dará pelo investimento intensivo em todos os níveis da educação formal, pela ampliação do acesso às tecnologias e pelo desenvolvimento de outros espaços de aprendizagem.

A educação deve ser prioridade política e orçamentária de um governo. Num mundo em constante transformação é necessário atualizar e adaptar a educação para fazer frente aos novos desafios que se apresentam. Professores devem ser valorizados e remunerados adequadamente para serem protagonistas do ensino de qualidade.

Mais do que uma profissão, ser professor é uma vocação, uma verdadeira missão, que implica em dedicação, capacitação e entrega. Professores fazem a diferença na vida das pessoas e por isso merecem nosso respeito e nosso apoio. Disso depende o futuro sustentável do Brasil, para que sejamos um país que cultiva a paz e o amor, que seja justo, democrático e livre. Nossas crianças e jovens não precisam de armas, precisam de livros.

A importância do ativismo no Brasil

A importância do ativismo no Brasil

Eu sou ativista. Segundo o dicionário, ativista é a pessoa que trabalha de modo ativo por uma causa e ativismo é a transformação da realidade por meio da ação prática.

Eu sou ativista ambiental. Minha causa é o bem comum, é a conservação da natureza, da qual tod@s somos dependentes. Da qual depende a sobrevivência da espécie humana. Meu lema sempre foi “boca no trombone e mão na massa”, denunciando as agressões ao meio ambiente, mas dando exemplos de como as coisas podem ser feitas de forma sustentável e com diálogo.

Nos meus mais de 30 anos de ativismo, encontrei milhares de pessoas que também abraçaram a causa e por conta disso conseguimos inúmeros avanços que garantem qualidade de vida para tod@s e a proteção mínima da biodiversidade. Já recebi inúmeros prêmios de reconhecimento.

Mas também por conta do meu trabalho, já sofri muitas ameaças, inclusive de morte, fui perseguida e até agredida, física e moralmente, por aqueles que se acharam no direito de impedir que a guerreira verde trabalhasse pelo bem comum.

Pelo meu histórico, pela minha vida, digo que ativismo não é opção, é urgência. O Brasil precisa de ativistas e não o contrário. O Brasil precisa de democracia. O Brasil precisa de inclusão e respeito à diversidade. O Brasil precisa de amor e comprometimento. Por isso, para tudo que ferir a minha existência, eu serei resistência.

Brasil urgente, ativismo sempre.

Miriam Prochnow esteve no V Congresso Brasileiro de RPPNs

Miriam Prochnow esteve no V Congresso Brasileiro de RPPNs

Ontem, dia 26 de julho, foi a cerimônia de abertura do V Congresso Brasileiro de Reservas Particulares do Patrimônio Natural. Realizado pela Associação dos Proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural de Santa Catarina (RPPN Catarinense), com apoio da Confederação Nacional das RPPNs (CNRPPN), o evento acontece em Florianópolis e vai até o dia 29 deste mês.

O principal objetivo do congresso é debater a importância do setor privado na conservação da biodiversidade e o futuro da única categoria de Unidade de Conservação do Brasil de iniciativa particular, as RPPNs.

Miriam Prochnow esteve ao lado de outros proprietários de RPPN no painel de discussão sobre RPPNs coorporativas e instituições apoiadoras contando um pouco mais sobre as atividades desenvolvidas na RPPN Serra do Pitoco, da qual é proprietária junto com o seu marido, Wigold B. Schäffer.

“As RPPNs ja são uma realidade no Brasil e temos um potencial enorme de criar muitas mais, ampliando a contribuição das reversas privadas na conservação ambiental. Criamos a nossa em 1997 e ela já foi palco de muitas atividades de educação ambiental e recreação junto à natureza”, afirma Miriam.

A RPPN Serra do Pitoco

Criada pela portaria Ibama 40/97, de 30 de abril de 1997, a RPPN abriga um pequeno, mas importante remanescente de Mata Atlântica, numa região de transição entre a Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Ombrófila Densa. É abrigo para inúmeras espécies animais. Fica na comunidade de Alto Dona Luiza, no município de Atalanta. É atravessada pelo Rio Dona Luiza e tem uma cachoeira de 10 metros de altura.

A RPPN tem 3ha e a propriedade onde está localizada foi utilizada como modelo para o conceito de Propriedade Legal (legal porque cumpre a lei e legal por ser um bom lugar de morar).

Cachoeira da RPPN Serra do Pitoco, e Atalanta – SC.

Guia das RPPNs de Santa Catarina

Durante o cobresso foi lançado o Guia das RPPN de Santa Catarina, uma publicação que pretende divulgar as Reservas Particulares do Patrimônio Natural de Santa Catarina. Através de fotos e textos descritivos o guia apresenta as reservas que fazem parte da Associação RPPN Catarinense, bem como as demais RPPNs do estado, dando à esta categoria de Unidade de Conservação uma maior visibilidade e tornando as reservas mais conhecidas e valorizadas.

Você pode acessar a publicação aqui: Guia das RPPNs de Santa Catarina.

Lançamento do Guia das RPPNs de Santa Catarina.

Jardins e Sustentabilidade

Jardins e Sustentabilidade

Jardins tem tudo a ver com sustentabilidade: são espaços que trazem qualidade de vida para as pessoas. Tornam as casas e cidades locais agradáveis para viver.

O plantio de árvores nos jardins também é fundamental. Elas oferecem sombra para tomar um chimarrão, para as crianças brincarem, para colocar um balanço ou uma rede, um local para reuniões.

Os jardins também podem contribuir com a manutenção da biodiversidade. O plantio de espécies nativas, com diferentes épocas de floração e frutificação disponibilizam alimento para pássaros e borboletas, podendo ser mais um espetáculo a ser admirado.

Um belo jardim também pode ser um atrativo para o turismo ecológico e rural, que é uma opção cada vez mais procurada por pessoas que vivem em grandes cidades. Passear por belos jardins é um dos primeiros passos para as pessoas se aproximarem da natureza.

Semana do Alimento Orgânico

Semana do Alimento Orgânico

Estamos na semana do alimento orgânico. É um momento importante para pensarmos sobre o que consumimos, sobre o que comemos, porque alimento orgânico significa saúde. Saúde para quem planta, saúde para quem consome, saúde para o planeta.

A melhor forma de estimular a produção de alimentos orgânicos é consumir produtos orgânicos. Quanto maior for a demanda, maior será a oferta. Está mais do que provado que é possível produzir de forma orgânica, não somente em pequenas propriedades, mas também em larga escala.

É importante sempre saber de onde o alimento está vindo e para isso o sistema orgânico tem os processos de certificação. Então procure sempre produtos com selo de certificação. Eles são a garantia de que você está comprando um produto idôneo.

E você também pode plantar os seus alimentos, ou parte deles. Como nós fazemos aqui. Mesmo num espaço pequeno é possível plantar alimentos para uma salada, um chá, um tempero e também flores, por que não?

E então? Vamos abraçar a ideia do alimento orgânico?

Miriam fala sobre a semana do alimento orgânico.

 

Mata Atlântica, um ícone da luta ambiental no Brasil

Mata Atlântica, um ícone da luta ambiental no Brasil

A luta pela defesa da Mata Atlântica é um dos ícones da luta ambiental no Brasil. Foi a Mata Atlântica que recebeu os colonizadores e desde então tem sofrido com o processo de crescimento econômico do país, que nada tem a ver com desenvolvimento sustentável.

É inegável que o trabalho dos ambientalistas em prol de sua proteção e restauração tem obtido sucesso. Hoje temos uma legislação robusta, que é respeitada. A Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/2006), sancionada após 14 anos de tramitação, é uma lei que “pegou”. As pessoas sabem que precisam respeitar.

A Fundação SOS Mata Atlântica e o INPE apontam que hoje restam apenas 12,4% de remanescentes florestais na Mata Atlântica em áreas acima de 3 hectares e somente cerca de 8% são remanescentes acima de 100 hectares, aquelas áreas mais bem conservadas e que incluem os parques e reservas. Os dados também mostram que houve uma redução de 64% no desmatamento do bioma após a aprovação da Lei 11.428/2006, passando de uma média de 34.313 ha desmatados em 2006 para 12.562 ha em 2017. Apesar de ainda elevado em alguns estados (PI, MG, BA e PR somam 82% de todo o desmatamento), a queda do desmatamento nos outros 13 estados inseridos na Mata Atlântica é superior a 90%, indicando a eficácia da lei.

Os índices de forma geral, ainda não são os melhores, porque apesar de podermos comemorar a queda do ritmo de desmatamento, ainda temos desmatamentos acontecendo, o que é inaceitável. Mesmo que hoje por exemplo, 7 estados praticamente zeraram seus índices. Além disso, são pouquíssimos os remanescentes que apresentam vegetação primária, que nunca foi mexida.

A maioria dos remanescentes existentes são compostos por florestas de onde foram retiradas todas as árvores grandes das espécies nobres ou então florestas em regeneração, onde as espécies nobres ainda não chegaram. Outra grande preocupação é o que chamamos de síndrome da floresta vazia, que são as florestas sem os animais. Ou seja, são poucos os atuais remanescentes capazes de manter a vida de animais de médio e grande porte. Sem falar na caça, que ainda existe e na verdade com tendência a aumentar, visto que existe um lobby para a sua liberação, inclusive através de projeto de lei na Câmara Federal.

Iniciativas para autorizar desmatamento ou destruição do pouco que restou da Mata Atlântica são recorrentes por parte de alguns parlamentares e também de setores do governo de estados como Santa Catarina e Paraná, que muitas vezes ignoram a Lei da Mata Atlântica ou buscam subterfúgios para burlar as diretrizes por ela estabelecidas. Essas iniciativas vem sendo barradas com a intervenção da sociedade civil organizada, do Ministério Público e do Judiciário. A exemplo da Lei Estadual nº 15.167/2010, que permitia o corte e exploração comercial da floresta com araucárias, foi declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Igualmente, a recorrente prática da Secretaria do Meio Ambiente e do Instituto Ambiental do Paraná que vinham autorizando ilegalmente o corte e exploração de araucárias foi barrada por intervenção do Ministério Público do Paraná.

No caso da Floresta com Araucária, sua espécie símbolo, o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia), foi tão explorada e reduzida que hoje sofre as consequências de uma forte erosão genética, conforme apontam diversos estudos científicos. O fenômeno é causado pela falta de conexão entre os poucos remanescentes naturais da floresta. Quando as espécies encontram muitos obstáculos para se comunicar e enviar o pólen de um fragmento ao outro, acontece a endogamia, que é o cruzamento com exemplares que tem parentesco entre si. Isso diminui drasticamente a variabilidade genética da floresta. A tendência dessa situação é que algumas populações de araucária, desprovidas de certos atributos genéticos, enfrentem sérias dificuldades para se adaptar mesmo em seus ambientes de origem, podendo até ser extintas.

Não é por acaso que as espécies mais exploradas da floresta com araucárias como o pinheiro-brasileiro, a imbuia (Ocotea porosa), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e o xaxim-mono (Dicksonia sellowiana), estão na lista das espécies ameaçadas de extinção. Somente a proibição da exploração e a conservação dos ecossistemas podem minimizar a perda genética.

Por outro lado, é notório que a restrição à exploração comercial das espécies madeireiras, que já perdura há mais de 10 anos, está dando uma chance para a Mata Atlântica iniciar um lento processo de recuperação de sua estrutura e biodiversidade. Essa recuperação deve ainda levar décadas em razão do reduzido percentual de remanescentes espalhados em milhares de fragmentos isolados e, a maioria deles, altamente degradados por exploração madeireira predatória no passado.

Portanto, além de não haver qualquer amparo legal, iniciativas para reabrir manejo, exploração ou corte de espécies nativas da Mata Atlântica não possuem nenhuma justificativa técnico/científica dado a reduzida área remanescente do bioma e a situação limite, em termos de viabilidade ambiental, de suas espécies vegetais, muitas delas submetidas a acelerada erosão genética.

Outro fato preocupante é que ainda existe uma visão de que a Mata Atlântica é somente floresta e muitos acham que só precisam respeitar as florestas. Aí os ecossistemas como as restingas, manguezais e campos de altitude ficam desprovidos dessa preocupação de proteção por parte de parcelas da sociedade. Nos estados do Sul os campos de altitude tem sofrido muito e sua conservação está por um fio. Estão ameaçadíssimos. Para piorar a situação, tramita no Senado Federal, um projeto de lei (PL 194/2018) que pretende tirar os campos nativos da proteção legal da Lei da Mata Atlântica. Essa iniciativa precisa ser combatida fortemente e com urgência.

Apesar de fragilizados, os remanescentes de vegetação da Mata Atlântica desempenham ainda importantes funções ecológicas e fornecem serviços ambientais essenciais para aproximadamente 140.000.000 de brasileiros. A conservação da Mata Atlântica e sua restauração é extremamente importante para a qualidade de vida de 70% dos brasileiros que dependem da água protegida pelos  remanescentes. Além disso, os remanescentes são essenciais para a manutenção da biodiversidade, a amenização do clima e a proteção contra os desastres ambientais. Do ponto de vista climático, a Mata Atlântica também tem um grande destaque porque as ações de restauração e regeneração significam números valiosos na questão de sequestro de carbono.

O que mantém a nossa esperança é que o contingente de pessoas que estão plantando árvores, para restaurar florestas aumenta a cada dia. Somos um grande time de plantadores de florestas. E plantadores de florestas são pessoas felizes, que não param de plantar. Que já fazem a diferença e ainda irão fazer muito mais. Também cresce a cada dia o número de pessoas que realmente conservam os remanescentes de vegetação nativa em seus imóveis, pois já entenderam que eles são importantes para as atividades econômicas, seja na agricultura, pecuária ou indústria.

Temos muito a fazer em termos de restauração, mas também ainda temos muito a fazer em termos de conservação da Mata Atlântica, porque ainda temos muitas áreas a serem protegidas. Estamos longe de atingir os índices da convenção da diversidade biológica que exige no mínimo 17% de áreas em Unidades de Conservação. Na Mata Atlântica, excluídas as APAs, temos menos de 3% em UCs.

Eu acredito que a Mata Atlântica ainda irá contribuir muito para a virada da sustentabilidade. Se levarmos em conta que pessoas em contato com a Natureza, são pessoas que tem uma visão diferente do mundo e que mais de 70% da população brasileira vive na Mata Atlântica, esse é um dos caminhos que temos que seguir. Estimular as pessoas a conviverem mais com a natureza e simplificarem o seu modo de vida, sendo mais saudáveis e felizes.

Natureza: Parques e Reservas

Natureza: Parques e Reservas

Neste dia 27 de maio – Dia da Mata Atlântica – apresentamos, com o apoio da Rede de ONGs da Mata Atlântica, o vídeo “Natureza – Parques e Reservas Naturais”, que reúne imagens espetaculares de parques e reservas naturais do Brasil e de outros países. A apresentação é da ambientalista Miriam Prochnow, fundadora da Apremavi. O vídeo conta com a participação do Prof. e ambientalista Lauro Eduardo Bacca, fundador da Acaprena e do Prof. e ambientalista João De Deus Medeiros, coordenador geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica.

Os parques e reservas naturais prestam importantes serviços ambientais. Ajudam a regular o clima, a abastecer os mananciais de água, a melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Em todo o mundo as unidades de conservação, também chamadas de parques e reservas naturais, são a forma mais efetiva de proteger e preservar a natureza e sua biodiversidade, com todas as formas de plantas e animais e também a beleza dos ecossistemas no longo prazo.

O ritmo da vida moderna tem nos afastado do mundo natural, abrindo espaço para sentimentos negativos, tristezas e stress.

Por isso, proteger a biodiversidade, combater as mudanças climáticas, preservar a água e erradicar da miséria, são os principais temas com os quais a humanidade deve se preocupar, para garantir condições dignas de sobrevivência às futuras gerações.

Edição do Vídeo: Wigold Schaffer.

Santa Catarina tem mais uma RPPN

Santa Catarina tem mais uma RPPN

Miriam Prochnow, proprietária da RPPN Serra do Pitoco, participou, no dia 14 de abril de 2018, da inauguração da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Papagaios de Altitude, em Urupema (SC). A solenidade ocorreu no auditório do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Após o evento, todos foram até a reserva natural para uma interação entre amigos, realizando uma trilha interpretativa dos diferentes ambientes que a reserva natural preserva. A área, de 36 hectares, que está sob responsabilidade da Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) em parceria com a Universidade de Passo Fundo (UPF) e o Projeto Charão, estará aberta para atividades educativas e de pesquisa.

O nome “papagaios-de-altitude” foi escolhido pelo fato de que, na região, encontram-se as duas espécies de papagaios que o projeto pesquisa e atua em sua conservação, que são o papagaio-charão e o papagaio-de-peito-roxo, e que mantêm uma forte interação com as araucárias. A Floresta com Araucárias, sua rica biodiversidade, a exemplo do Papagaio-de-peito-roxo, e o Papagaio-charão contam com mais uma ação para garantir sua sobrevivência!

Conforme o professor da UPF Jaime Martinez, que coordena o Projeto Charão, um dos motivos que levou a equipe a optar por essa área é decorrente do fato de ela localizar-se dentro da área que o papagaio-charão utiliza quando migra para Santa Catarina em busca do pinhão. “Escolhemos essa área também pela grande quantidade de pinheiros que preserva, com objetivo de garantir um estoque estratégico de alimento para os papagaios que voam centenas de quilômetros desde o Rio Grande do Sul em busca desse recurso alimentar”, comenta. “A RPPN Papagaios-de-Altitude apresenta uma parte da área com cobertura de floresta com araucária, áreas com predominância do xaxim e áreas abertas com campos localizadas a uma altitude de 1.450 metros em relação ao nível do mar, onde existe uma ampla turfeira cobrindo os afloramentos rochosos”, descreve Martinez.

Para Miriam, poder celebrar a criação de mais uma RPPN foi um momento importantíssimo para a conservação da biodiversidade. Como proprietária de reserva particular, ela sabe da importância das RPPNs para o bem-estar de todas as formas de vida.

Miriam participou do III Congresso Nacional da REDE

Miriam participou do III Congresso Nacional da REDE

O III Congresso Nacional da REDE Sustentabilidade ocorreu de 06 a 08 de abril de 2018, em Brasília (DF). Para Miriam Prochnow, que acompanhou todo o congresso, um dos pontos altos foi o  2º Encontro Nacional do Elo Mulheres, que reuniu mais 120 mulheres e debateu a importância da participação da mulher na política. Além de Miriam participaram do encontro as catarinenses, Regina Santos (Porta Voz da REDE SC e pré-candidata à vice-governadora), Jane Stefenn (Vereadora da REDE em Camboriú e pré-candidata à deputada estadual) e Mari Haas (pré-candidata à deputada federal).

O congresso também escolheu a nova Executiva e Elo Nacionais. Os novos porta-vozes nacionais são Pedro Ivo Batista (REDE-DF) e Laís Garcia (REDE-ES). Miriam integra o novo Conselho de Ética da REDE. A relação completa da nova Executiva Nacional pode ser acessada aqui.

O Congresso também foi palco da aclamação de Marina Silva como pré-candidata do partido para disputar o pleito presidencial.

O Momento Instigador do congresso foi com a ativista Mafoane Odara, que falou sobre a relação entre democracia e a presença de mulheres na tomada de decisões políticas. A Fundação Rede Brasil Sustentável também marcou presença na programação do Congresso com a organização de dois debates temáticos: “Mulheres na política e Política para as mulheres”, em parceria com o Elo Mulher, e “Violência, desemprego e juventude”, em parceria com o Elo Juventude.

Durante os dias 06 e 08 de abril, os filiados, delegados e ouvintes também puderam participar de vários Grupos de Trabalho para sistematizar a nova Tese de Conjuntura do partido (reproduzida abaixo) e a revisão do Manifesto e do Estatuto.

O Brasil se encontra num ponto crucial de sua história democrática.

Do fim da ditadura e, especialmente após a vigência da Constituição de 88, são 33 anos em busca da consolidação das instituições públicas, dos direitos sociais e de estabilidade política e econômica, a despeito das crises, algumas muito graves, que atravessaram os sucessivos governos.

O governo FHC, com a conquista da estabilidade monetária, e o governo Lula, com a ampliação de importantes conquistas sociais, foram períodos marcantes. No entanto, o Brasil continuou sendo um dos países de pior distribuição de riquezas e maior injustiça social, com graves danos à democracia pela continuidade e aprofundamento da corrupção sistêmica e fragilização do papel do Estado, dado o seu esgarçamento ao longo de negociações por governabilidade em troca de concessões espúrias de bens e poderes públicos.

A exposição pública desse processo, dada especialmente pela Operação Lava-Jato, provocou revolta e desconfiança na população, fazendo com que significativas parcelas passassem até mesmo a duvidar das virtudes da democracia e de suas instâncias representativas.

A crise política brasileira mudou de patamar, estamos em um momento marcado por impasses e instabilidade com desfecho imprevisível nos próximos meses.

É momento de aguçar os sentidos e aprofundar a compreensão dos principais fatores – alguns emergentes e ainda de difícil mensuração – que nos trouxeram a essa situação. É tempo de buscar alternativas e de avaliar riscos para intervir com qualidade no debate público, reforçar o protagonismo dos que querem renovar e fortalecer a democracia; tempo de renovar e solidificar uma nova política que valoriza o compromisso com a ética, a transparência, justiça social e cultura de paz. E, principalmente, é tempo de recusar os conchavos e a constituição de blocos de poder sem projetos para o país.

Em meio a essa conjuntura, a melhor saída é a aliança com a sociedade em torno de eleições limpas e livres das mentiras, ódios, ataques e estelionato eleitoral que marcaram o pleito de 2014. Esta é a alternativa possível para reorganizar o país e reconstituir a legitimidade para o exercício do governo.

As eleições não resolverão todos nossos problemas, mas podem garantir o mínimo necessário para sair dessa crise profunda: o estabelecimento de um governo legitimado pelo voto e por uma agenda claramente apresentada aos eleitores. A legitimidade é um elemento chave da crise em ebulição.

Vejamos: em 2014, a crise econômica já era evidente, mas foi sendo negada em função do calendário eleitoral. O segundo mandato de Dilma Rousseff iniciou-se com uma guinada em suas diretrizes econômicas, configurando uma fraude política em relação ao programa por ela defendido nas eleições presidenciais. O discurso eleitoreiro e a mudança brusca de rota, após a eleição, transformou a crise econômica em crise política, contrariou sua base social de apoio e desmontou sua base parlamentar, desde sempre sustentada por conchavos, na histórica lógica patrimonialista de cessão de nacos do Estado para oligarquias predatórias. O uso em larga escala de caixa 2 completa esse quadro de fraude eleitoral. O resultado foi o aprofundamento da crise econômica que atinge seu auge em 2016, com desmantelamento do aparato produtivo e reprimarização da economia, retrocesso da inserção do Brasil na economia global, desemprego alarmante, precarização do trabalho, aumento da violência, tudo isso acompanhado pela queda dramática da credibilidade no sistema político.

O governo Temer também nasce ilegítimo, em função mesmo de sua origem, – a coligação que o elegeu vice-presidente. Ele só se mantém com base nas práticas patrimonialistas e corruptas tradicionais e pelo apoio de segmentos da elite econômica à políticas que jogam os custos do ajuste econômico sobre os ombros da parcela mais vulnerável da sociedade, como é o caso das reformas previdenciárias e trabalhistas por ele propostas.

Não se trata de fugir do debate sobre as necessidades de reformas e insistir em ações reativas e defensivas, evitando discutir mudanças estruturais que impactam todas as sociedades contemporâneas. Trata-se de mostrar a impossibilidade de legitimar mudanças sem pactuá-las com os diversos atores sociais e debatê-las amplamente com a sociedade. O Governo Temer agarrou-se nesta agenda radical de retrocessos e nos setores sociais que a defendem para se manter no poder, enfrentando sua enorme rejeição, duas denúncias formuladas pela Procuradoria da República e de seu déficit de legitimidade.

Apesar de sair vitorioso em sucessivas votações no Congresso, seu governo não se estabilizou e nenhuma democracia consegue sobreviver com instabilidade permanente e com governos deslegitimados. A sociedade brasileira não admite mais repetir a trágica trajetória de ameaça à democracia, enterrada com o fim do regime militar em 1985 e a nova constituição de 1988. Só um governo legitimamente eleito pode conter a violência simbólica que habita as novas formas de comunicação e sociabilidade na era da informação e transbordam para a violência política real nas ruas.

Os episódios recentes como o covarde assassinato da vereadora Marielle Franco do PSOL (RJ), as mobilizações que confrontam o Judiciário a favor e contra suas decisões nos processos da operação lava jato, as ameaças ao juiz do Supremo Edson Facchin e à sua família e as tentativas de bloqueio e o ataque com tiros à caravana do ex-presidente Lula no Sul do país são sinais de alarme preocupantes no campo político. Soma-se a isto a violência social em expansão com o aumento anual dos homicídios, a humilhação imposta aos moradores de áreas periféricas das grandes cidades – emparedados entre facções criminosas e a violência policial – e a explosão e crise do sistema prisional.

A crise da democracia não é problema restrito ao Brasil. Ela atinge em graus diferenciados todas as sociedades que buscam consolidar instituições capazes de garantir os direitos civis e políticos, enquanto patamar mínimo para a expansão dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Esta tarefa é cada vez mais complexa e incerta na medida em que a lógica garantidora dos laços de solidariedade – negociados nos espaços nacionais – foi rompida pela lógica contraditória do processo de globalização que alterou o padrão clássico de constituição da modernidade e do Estado Nacional. A fragmentação e dispersão global do modo hegemônico de produção trouxe a experiência de relações mais fluidas e compromissos societários menos sólidos.

]Trata-se de um dilema a ser enfrentado. Ele tende a ficar mais tenso a cada dia, pois a dinâmica positiva neste processo é a possibilidade de acesso a informações por novos grupos sociais e indivíduos em função da criação de novas redes e utilização de novos meios de comunicação. Esses novos atores cobram cada vez mais transparência e tratamento igualitário. Obviamente, não estão imunes à produção de falsas notícias (fake news) ou de estratégias de manipulação comunicativa de processos políticos, como mostra o episódio recente da empresa Cambridge Analítica. Estas manipulações que operam a partir do conceito de “pós-verdade”, no entanto, não são capazes de bloquear a aspiração política e social por um novo padrão de política capaz de responder aos desafios democráticos contemporâneos.

Não há resposta para tudo nem sinais de alteração das variáveis centrais que impactam as sociedades democráticas. A única alternativa para enfrentar esses desafios é a política: uma nova política que precisa ser buscada, instituída e qualificada. Fora da política, só resta a barbárie. No Brasil, este desafio é duplo na medida que a própria experiência democrática recente, a despeito de seus amplos e louváveis avanços, não foi capaz de romper de forma definitiva com nosso padrão histórico de desigualdade.

O sistema político brasileiro chegou a um tal grau de afastamento da sociedade que perdeu a capacidade de abrir-se para sua própria renovação. No entanto, a sociedade brasileira está, sim, disposta a apostar na mudança, o que foi expresso pela votação dada a Marina nas duas últimas eleições presidenciais.

Nosso compromisso é com a causa da mudança – mudança para um desenvolvimento sustentável inseparável de uma política limpa e sustentável. Chegou a hora de ser e fazer, de nos movimentarmos em conexão com as redes e pessoas que expressam a chegada do futuro e o constroem na prática, no dia-a-dia.

Para isso a Rede existe e nossa compreensão da realidade presente, em que aumentou exponencialmente o conhecimento sobre as entranhas do sistema político brasileiro, tem que passar necessariamente pelo filtro dos compromissos da ética e da sustentabilidade. É tempo de iniciar uma nova etapa de democratização no país, de construir a democracia real, do povo, em contraposição à democracia de fachada, operada e desvirtuada pela má política dominante.

A Rede não é um partido que faça planos para permanecer no poder a qualquer custo; a Rede quer oferecer seus conceitos, princípios e práticas para ajudar a mudar o sistema político e fazer a transição para um modelo de desenvolvimento fundado na justiça social, na vigência plena da democracia, na mudança da relação com o ambiente natural para usá-lo corretamente, sustentavelmente, e em benefício de todos.

A justiça social de que falamos vai além de prover meios de subsistência imediata aos mais pobres. Incorpora sua inclusão produtiva, seu acesso efetivo à educação de qualidade, promovendo sua verdadeira liberdade pela cidadania, colocando em questão a distribuição de riquezas no país, para que o desenvolvimento seja para todos.

A sustentabilidade de que falamos é um princípio norteador e deve ser colocado como uma característica indissociável da gestão pública. Não é concebível que o país guardião 5 da Amazônia, da maior biodiversidade e de 20% da água doce disponível do planeta, trate o meio ambiente com o descaso que hoje vigora. Crimes bárbaros como o da Samarco em Mariana e o da Hydro no Pará não podem mais ser tolerados.

A mudança do sistema político de que falamos não virá do próprio sistema. Virá pela escolha eleitoral dos cidadãos e cidadãs e pela exigência de transformações institucionais e procedimentais a partir de propostas que venham da inteligência existente na sociedade, hoje a maior fonte de avanços no Brasil. Ela deve ser mobilizada, empoderada e intervir democraticamente para impor novos paradigmas de governo, de Estado e de acesso a direitos de cidadania. Daí virá o novo modelo de governabilidade, para enterrar o atual – verdadeiro berçário de corrupção e de solapamento do interesse público.

É preciso demonstrar que o país pode e deve ser governado a partir de um novo arranjo e que a ética no exercício de mandatos não só é possível como é imprescindível. Que o Estado, antes de ser provedor ou fiscalizador, tem que ser mobilizador das melhores energias nacionais para chegar ao bem comum. O que a Rede Sustentabilidade disputa é este ideal de Nação, que esteve presente em muitas lutas democráticas do passado mas se perdeu. Somos uma força política comprometida em criar novas bases de protagonismo para a sociedade.

A relação entre Executivo e Legislativo deve ser estabelecida com base em um programa de governo, e não de forma fisiológica. Esse princípio deve ser assumido pelos candidatos da REDE ao Executivo e ao Legislativo, pois nossos futuros parlamentares e gestores devem ser exemplos de relação republicana e programática nos respectivos governos.

O ano de 2018 traz um desafio inédito para a sociedade brasileira, de conscientizar-se do poder do voto e da responsabilidade compartilhada de quem vota e de quem é votado. É clara e irreversível a necessidade de um ponto de inflexão na história do Brasil, a começar pela reconstrução / renovação de suas instituições políticas, para que o processo de tomada de decisões expresse em sua plenitude a democracia.

Não dá mais para querer mudar sem nada mudar. É com essa atitude clara e assertiva, que recupera e reafirma nossa trajetória de busca de renovação para uma política conectada com as mudanças necessárias para o século XXI, que devemos mais uma vez nos apresentar à sociedade brasileira.

Com a premissa de que democracia é, antes de ser substantivo, verbo, pois democratizar é dar poder ao povo, incluir e abrir o Estado para a participação cada vez mais extensiva e efetiva dos cidadãos, queremos refundar a República e aprofundar a democracia no Brasil.

O desafio é mais do que enorme, é histórico, e exige um engajamento e uma mudança de parâmetros que o atual e caquético modelo de disputa de poder político não consegue alcançar e sequer tem condições de liderar. Exige a convocação de um grande diálogo nacional, de uma perspectiva que vá além de quatro anos de governo e seja, de fato, a transição para o Brasil que a sociedade merece e que ela pode construir.

Assumimos, claramente compromissos com uma ampla reforma política comprometida com o fim da reeleição e o desmonte das velhas estruturas corrompidas e reprodutoras 6 de práticas antirrepublicanas, principalmente no que tange ao retrocesso nos direitos humanos. Com isso, combateremos ideias do passado como o retorno da ditadura militar. Defenderemos hoje e sempre a democracia. Travaremos novamente este bom combate por meio de uma campanha pacífica e educadora, apostando na renovação das instituições, no protagonismo social e autoral, na profunda liberdade de expressão e respeito ao pluralismo, nos movimentos sociais, tradicionais e emergentes, como o socioambientalismo, o ecofeminismo e os movimentos de mulheres, identitários, das comunidades tradicionais, Povos Indígenas, juventudes e na cidadania ativa em todos os cantos do país.

A REDE, em articulação com entidades da sociedade civil, deve propor ao país e aos candidatos um pacto nacional por eleições propositivas, baseado no respeito à diversidade de opinião e que rejeite as notícias falsas como ferramenta de disputa. Precisamos dar ampla publicidade a essa proposta, de forma que estimule a exposição das candidaturas que assumirem esses compromissos, e também das que recusarem, arcando com este constrangimento político.

O poder político precisa restabelecer sua conexão com o povo para que possamos falar em real democracia. É preciso tirar o poder usurpado por elites partidárias, em conluio com elites econômicas, e transferi-lo para seus verdadeiros detentores, através de um novo modelo de partido e de coligações com a cidadania. É preciso uma nova institucionalidade democrática, com governos abertos aos olhos e à vontade do povo, com o uso de novas tecnologias para aproximar os cidadãos das decisões públicas, com a realização de reformas verdadeiras, pactuadas com toda a sociedade e não voltadas para a satisfação de interesses de grupos privilegiados. É preciso uma nova economia centrada na promoção da produtividade e na distribuição de renda, definitivamente comprometida com os princípios socioambientais. É preciso inserir o Brasil na revolução do conhecimento e das novas tecnologias, com políticas sociais voltadas para a integração produtiva, cultural e cidadã das pessoas, a chamada política social de 3ª geração.

É preciso fazer a revolução básica para o desenvolvimento do país: a da Educação, com reformas profundas em todos os seus níveis. Isto demanda um compromisso com uma gestão pública de qualidade, democrática, transparente, livre de patrimonialismo, focada nas atividades finalísticas e na cidadania plena.

Para isso, é preciso um Estado capaz de ofertar políticas públicas universais com qualidade. O Sistema Único de Saúde, por exemplo, é uma política universal que precisa ser fortalecida. Neste mesmo sentido, devemos encarar com seriedade a questão da segurança pública. Nosso país registra anualmente em torno de 60 mil homicídios, cerca de dez por cento dos homicídios do mundo. Somente oito por cento destes homicídios são investigados, sendo que apenas uma pequena parte diz respeito aos mais vulneráveis. Este é um grande desafio do país em várias frentes, incluindo graves problemas de fronteiras. Estas e outras políticas exigem planejamento e compromisso com os mais vulneráveis, como os povos indígenas desrespeitados nos seus direitos e desconsiderados nas decisões econômicas que impactam seus modos de vida, a exemplo das grandes hidrelétricas e das políticas de mineração.

Para isso a Rede existe e nossa compreensão da realidade presente, exige compromissos com uma nova etapa de democratização no país, com a construção da democracia real, 7 radicalizada, do povo, em contraposição à democracia de fachada, operada e desvirtuada pela má política dominante.

O que Marina disse em 2010 continua válido: “Agora é hora de ir mais fundo. A hora da verdade. Para nós e para a sociedade. Vamos nos reencantar com o nosso potencial para mudar o que precisa ser mudado e preservar o que precisa ser preservado. Essa continua sendo a nossa palavra. Não era vento, não era circunstância, era de fato nossa proposta de Política e de Vida e por ela continuaremos a nos guiar, não importam quais sejam as dificuldades, as maledicências, as armadilhas”.

2018 chegou! É ano de eleição histórica, de acerto de conta com práticas antidemocráticas, anti-republicanas e corruptas. É momento de devolver o Estado brasileiro à sociedade.

Miriam recebe troféu Anitas Libertas

Miriam recebe troféu Anitas Libertas

Na última quinta-feira, dia 8 de março, a ONG Anitas Libertas, de Florianópolis (SC), realizou uma cerimônia em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O auge da cerimônia foi a entrega do troféu que leva o nome da ONG – Troféu Anitas Libertas. Mais de 30 mulheres foram agraciadas com o prêmio, entre elas a atual presidente da Apremavi, Miriam Prochnow.

Além da premiação, a segunda edição do Troféu Anitas Libertas contou com palestras sobre empoderamento feminino, ativismo e ocupação de espaços na sociedade pelas mulheres. Além disso, a programação também contou com atrações musicais, debates e o lançamento do livro Tem Saída?, de autoria da escritora Joana Burigo.

Para a presidente da ONG Anitas Libertas, Albertina Rosso, o prêmio é o reconhecimento da atuação feminina em vários segmentos da sociedade, tanto no mercado de trabalho como junto à família. “Mas, principalmente, queremos incentivar àquelas que se encontram no anonimato”, disse Albertina.

Para Miriam é uma grande satisfação receber esta premiação, “dedico esse troféu às ambientalistas do Brasil e também às minhas ancestrais e minhas decendentes. Enquanto mulheres precisamos nos lembrar de nunca perdermos nossa conexão com nossa essência, que é a Natureza. Somos o link direto com a vida e por isso também temos uma grande responsabilidade para com a manutenção da vida no planeta. Que consigamos ser protagonistas de um mundo sustentável e feliz para todas as espécies”.

Miriam Prochnow é escolhida Personalidade Ambiental de Santa Catarina

Miriam Prochnow é escolhida Personalidade Ambiental de Santa Catarina

Miriam Prochnow foi uma das vencedoras do 24º Prêmio Expressão de Ecologia entregue durante o Fórum de Gestão Sustentável 2017 na última sexta-feira (28) na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis.

A fundadora e atual Presidente da Apremavi recebeu o troféu Onda Verde de Personalidade Ambiental pelos visionários trabalhos desenvolvidos ao longo de sua jornada e por ser considerada uma aguerrida guardiã das florestas. “O Prêmio Expressão de Ecologia é um reconhecimento muito importante das atividades que temos desenvolvido nos últimos 30 anos. Estendo essa homenagem à família Apremavi e a todos os ambientalistas de Santa Catarina e do Brasil pelas atividades que desenvolvem em prol da qualidade de vida de todos os seres vivos”, destacou Miriam.

Aplaudida de pé durante o Fórum, Miriam fez um chamamento a toda a comunidade: “vamos juntar todas essas ondas verdes de projetos e transformá-los em um tsunami em favor do desenvolvimento de paisagens sustentáveis. Sigamos o exemplo do lema que inspirou a criação da Apremavi: boca no trombone e mão na massa para combater todos os retrocessos ambientais que estão em andamento”.

Durante o evento também foi lançado o Guia de Sustentabilidade da Editora Expressão, que apresenta investimentos, ações e os resultados dos projetos inscritos na região sul ilustrados com fotos. Além disso, o Guia traz uma ampla reportagem sobre os trabalhos visionários da Presidente da Apremavi, Miriam Prochnow, que pelas palavras deles é “uma aguerrida guardiã da Mata Atlântica, herdeira dos antigos ambientalistas que viveram em Santa Catarina, Fritz Müller, Fritz Plaumann e Padre Reitz”.

1,5°C o recorde que não devemos quebrar

1,5°C o recorde que não devemos quebrar

Às vésperas do início das Olimpíadas, maior evento esportivo do planeta, quando se espera a quebra de muitos recordes, uma campanha é lançada para alertar sobre o recorde que não deve ser ultrapassado:1,5°C. Esse é o limite para que aumento da temperatura média do planeta não se torne perigoso.

Miriam Prochnow que participou do Revezamento da Tocha Olímpica, conclama a todos para participarem ativamente dessa campanha.

Veja o vídeo “Apremavi na campanha 1,5°C o recorde que não devemos quebrar”.

A campanha pelo clima teve início no dia 29 de julho de 2016, com o objetivo de alertar a sociedade para as consequências das mudanças climáticas e conclamar todo mundo a implementar ações que tornem possível que o limite de um e meio grau Celsius não seja ultrapassado.

Como diz a campanha: “Isso é urgente porque sabemos agora o tamanho da ameaça à prosperidade e até mesmo à existência das nações que um aumento acima desse limite representa. As mudanças de temperatura podem soar mínimas, mas o aquecimento de 1°C que já tivemos resultou na duplicação dos dias e noites extremamente quentes em muitos países, bem como em tempestades sem precedentes, inundações, secas, crises alimentares, derretimento das capas glaciais e dos solos congelados, além da elevação do nível dos mares e submersão de grandes áreas de terra” alguns países já perderam ilhas e tiveram que resgatar seus habitantes. No Acordo de Paris, o primeiro tratado universal contra as mudanças climáticas, adotado em 2015, o mundo se comprometeu a fazer esforços para evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5°C. Não cumprir essa meta trará riscos significativos à sobrevivência de nações-ilhas como Kiribati, Maldivas e Tuvalu, a regiões costeiras como o Delta do Mekong, Flórida e sul de Bangladesh e cidades costeiras como o Rio de Janeiro, Santos e Recife.

Os 15 anos mais quentes já registrados ocorreram neste século. O ano passado foi o mais quente desde o início das medições e tudo indica que em 2016 teremos um novo recorde. Se continuarmos neste ritmo, enfrentaremos problemas cada vez mais graves de abastecimento de água e produção de alimentos, além da maior disseminação de epidemias transmitidas por mosquitos”.

A campanha é uma iniciativa do Observatório do Clima (OC), do Fórum dos Países Vulneráveis ao Clima (CVF), do Gestão de Interesse Público (GIP) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Preservar e restaurar os ecossistemas naturais é uma das melhores formas de combater as mudanças climáticas.

Dia histórico com Tocha Olímpica

Dia histórico com Tocha Olímpica

O dia 09 de julho de 2016 foi histórico para Miriam Prochnow, fundadora e conselheira da Apremavi, ela conduziu a Tocha Olímpica, no revezamento que aconteceu na cidade de Araranguá (SC).

Os preparativos começaram cedo, com a equipe da Apremavi chegando à cidade, trazendo mudas de árvores nativas da Mata Atlântica para serem plantadas e também distribuídas para a populacão. Foram plantadas mudas de ipê na mata ciliar do Rio Araranguá, na praça Hercílio Luz e também na localidade de Morro dos Conventos. O objetivo dessas ações foi chamar a atenção para a causa da sustentabilidade, que precisa entrar na agenda do nosso dia a dia.

Realizar essas ações na região Sul de SC tem também um significado maior, porque a região é considerada uma das 14 áreas mais críticas ambientalmente do país em consequência da poluição gerada pela atividade carbonífera. Foi também a região epicentro do furacão Catarina, o primeiro do Atlântico Sul.

A ação ambiental foi uma atividade conjunta da Apremavi, com a ONG Sócios da Natureza, o FSC® Brasil(responsável pela indicação de Miriam para o revezamento), a Fundação de Meio Ambiente de Araranguá (FAMA) e o Comitê Olímpico Rio2016. Miriam é uma das condutoras “Abraça”, que representam as causas de Sustentabilidade dos Jogos Rio 2016. Segundo Sabrina Porcher, do Comitê Organizador da Rio2016, o objetivo em Sustentabilidade sempre foi mexer com mentes e corações e com isso promover mudanças de atitudes e estabelecer novos paradigmas: “É isso que queremos também quando aliamos o esporte à sustentabilidade; engajar os jovens, crianças, idosos, a população em geral, nessa causa tão importante. Nossos 28 condutores representam com excelência essas causas pois são pessoas com trabalhos extremamente relevantes na área de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável“, completa.

Para defender ideias novas, é preciso sair de sua zona de conforto

Para defender ideias novas, é preciso sair de sua zona de conforto

Formada em pedagogia, se especializou em meio ambiente, com prioridade para a Mata Atlântica. Trabalha no acompanhamento e proposição de Políticas Públicas, aperfeiçoamento da Legislação Ambiental, Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.
“Comecei cedo, como uma das fundadoras da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), em 1987. A Apremavi é hoje uma das ONGs ambientalistas mais atuantes do Sul do Brasil e é reconhecida nacionalmente. Hoje atuo nela como coordenadora de políticas públicas e integrante do Conselho.”
 De lá pra cá não parou mais. Em 1988 foi fundadora e coordenadora geral da Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses (FEEC), depois participou das articulações para a Rio/92, ajudando a criar o Fórum de ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS). Ajudou a fundar a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), da qual foi coordenadora geral mais tarde, levando-a a morar em Brasília a partir de 1999. Paralelamente ao movimento ambientalista, foi uma das fundadoras do Partido Verde (PV) em Santa Catarina, quando se tornou candidata à prefeita da cidade catarinense de Ibirama pelo PV, em 1988, tento como vice Edite Geisler – a primeira vez na história do Brasil que uma dupla de mulheres se candidatava a uma prefeitura.
 
Como o trabalho só aumentava, Prochnow teve que optar entre a militância em ONG ou a militância partidária, e a ONG ganhou. “Acabei sendo uma das primeiras ambientalistas com carteira assinada, como ecologista, no Brasil. Neste trabalho com meio ambiente, especialmente no acompanhamento de políticas públicas para a Mata Atlântica em Brasília, acabei me aproximando da Marina e, quando ela foi para o PV para ser candidata, me desafiou a ser candidata à deputada federal por Santa Catarina em 2010. Em resumo: conheço Marina de longa data, por conta da militância ambiental”, conta.
 
Hoje, além do trabalho na Apremavi, Miriam é Membro da Executiva Nacional da REDE, Coordenadora Regional e porta-voz do partido em Santa Catarina. Em seu estado natal, é também secretária executiva do Diálogo Florestal, uma iniciativa que reúne ONGs ambientalistas e sociais e empresas do setor florestal e faz parte do Conselho Internacional do TFD (The Forests Dialogue).
 
Em um bate-papo conosco, ela conta mais sobre sua história, suas perspectivas para o futuro, políticas regionais e nacionais, além de sua indicação como pré-candidata da REDE ao governo de Santa Catarina.
 
Como você recebeu sua indicação como pré-candidata ao Governo?
Como um desafio.  Um grande desafio.  A questão é que se você se compromete a propor e defender ideias novas, também precisa sair de sua zona de conforto e dizer que está disposta a participar da implementação. Não é só dizer para os outros o que eles devem fazer, mas mostrar como podemos ajudar. E a REDE-SC disse que eu poderia ajudar sendo pré-candidata ao governo, o que me enche de orgulho, mas ciente do grande compromisso.
 
Como você analisa a política em Santa Catarina?
Do ponto de vista político partidário e de políticas públicas, Santa Catarina é um reflexo do que acontece nacionalmente. Na minha avaliação, um desastre. Basta ver a crise em que a Assembleia Legislativa está metida no momento, com o afastamento do seu presidente pelo Ministério Público.
 
E também tem as votações vergonhosas, como no caso do “novo” Código de Meio Ambiente. E o pior é que tem vindo de Santa Catarina os maus exemplos para as mudanças na legislação nacional de meio ambiente (vide Código Florestal).
 
O Executivo está perdido em burocracias. Há alguns anos implantou uma série de secretarias regionais, justificando que seria uma forma de descentralização, mas o que está acontecendo na prática é que essa “descentralização” só serviu para drenar ainda mais os recursos públicos e burocratizar ainda mais o sistema administrativo estadual –virou uma máquina eleitoreira.
 
Os retrocessos ambientais que temos visto acontecer no país acontecem aqui também, sofremos dos mesmos problemas… Imobilidade urbana, falta de programas que incentivem a implantação do desenvolvimento sustentável, as estruturas que deveriam cuidar do meio ambiente totalmente “capengas” (vide greve da FATMA), além do rolo compressor dos processos de licenciamento, que também está em andamento.
 
Por outro lado, assim como no Brasil, Santa Catarina tem inúmeros bons exemplos que deveriam ser difundidos e que com um pouquinho de empenho dariam conta de uma grande virada.
 
Você poderia citar alguns exemplos importantes?
Santa Catarina é o maior produtor de suínos do Brasil. Nós já temos várias iniciativas de produção de energia a partir do uso dos dejetos dos suínos (através de biodigestores – resolvendo dois problemas: o destino adequado dos dejetos e a produção de energia), mas não existe incentivo para que essa prática se torne uma política pública. Para isso, precisaríamos de um programa que auxiliasse ainda mais os produtores rurais a adequarem suas granjas, para que a energia produzida pudesse ser vendida. Nessas mesmas granjas, ainda poderiam ser instalados painéis fotovoltaicos para produção de energia solar, que também poderia ser vendida. Os agricultores catarinenses poderiam ser também produtores e vendedores de energia sustentável e limpa.
 
Outro exemplo fica no Alto Vale do Itajaí. Temos uma iniciativa de aplicação do Código Florestal, onde 28 municípios organizados na Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (AMAVI), já criaram uma espécie de Cadastro Ambiental Rural (CAR), até antes da aprovação do novo Código. Eles já vinham regularizando propriedades através desse sistema descentralizado e eficiente, mas agora estão tendo problemas, porque os governos Federal e Estadual estão sentados no muro e não regulamentam o CAR. Aqui no Alto Vale o cadastramento estaria feito rapidamente e com um plus: tendo uma ferramenta de planejamento integrado entre os municípios para prever corredores ecológicos etc.
 
Sobre a política, o que te faz querer continuar e participar deste processo?
Por um lado, a esperança. Sem ela não temos nem como viver, não é mesmo? E, por outro, porque, queiramos ou não, é no âmbito das políticas públicas que se pode encaminhar mudanças mais rápidas para o que precisamos. Tentar influenciar a política pode fazer diferença e pelo menos sei que tentei cumprir o meu papel.
 
Você tem acompanhado o novo Código Florestal Nacional?
Tenho. A Apremavi está no Observatório do Código Florestal e também temos vários projetos com proprietários rurais, onde fazemos a adequação das propriedades.
 
Representantes do Ministério da Agricultura e do setor ruralista têm pressionado o Governo Federal a modificar as regras de implantação do Código, que estão sendo finalizadas pela Casa Civil da Presidência. Caso tenham a concordância do governo, as medidas sugeridas podem favorecer grandes proprietários rurais que desmataram. Um dos pontos se refere ao Programa de Regularização Ambiental, que prevê a conversão de multas aplicadas até 2008 em serviços de recuperação ambiental. Como você vê essa pressão e como esse tipo de “flexibilização”deve ser enfrentado?
A notícia saiu agora, mas a gente já estava sabendo dessa movimentação. É mais uma manobra dos ruralistas, que acham que não ganharam o suficiente com a aprovação do novo Código e querem mais. É um verdadeiro absurdo. O Governo Federal deveria ter vergonha na cara e não aceitar mais esse tipo de pressão. Mas com as estruturas ambientais cada vez mais frágeis, acho que vai ser difícil de conter. E vamos ter que apelar para a justiça.
 
Mas existem setores que não concordam com isso. O artigo do Marcio Santilli, Ruralismo de Fronteira, fala quem é o agronegócio e quem está representando. E o site Diálogo Florestal, em sua publicação intitulada Diálogo Florestal apoia a implantação do CAR.
Também saiu na Revista 22 uma declaração de um dos CEOs da Fibria, empresa de papel e celulose, falando que uma das prioridades no país deveria ser o CAR. Ou seja, o que o Marcio fala é absolutamente importante. Nós temos inúmeros exemplos práticos de proprietários rurais aqui em Santa Catarina que estão adequando suas propriedades. Mas a questão é que os tais “ruralistas” são os que aparecem e fazem a pressão funcionar.
 
Sobre a política nacional, como você vê os desafios da atual gestão em todos os aspectos e quais os erros e acertos do PT a frente da Presidência?
A atual gestão está focada somente no crescimento e não tem estratégia para o futuro do país. Isso pode ser visto na truculência com que tem tratado as questões energéticas, por exemplo. Não existem fóruns ou aberturas para discussão sequer de obras, quanto mais de modelos.  Acho que o PT, na verdade, tem várias gestões: as duas do Lula e a da Dilma. Cada uma é muito diferente da outra. A primeira gestão do Lula é, sem dúvida, a que mais se aproxima das propostas que o PT sempre defendeu e que poderia ter dado uma chance ao desenvolvimento sustentável no país. Mas, a partir do segundo mandato, e agora com a Dilma, isso tudo caiu por terra. Está muito claro o desmantelamento de estruturas importantes na administração, como o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). No atual mandato, vimos a velha política do “toma lá dá cá” imperar, isso é notório na distribuição dos ministérios aos partidos “aliados”, sem que existam critérios de mérito para as indicações.
 
Como positivo, posso destacar que a intensificação dos programas sociais tem dado uma contribuição muito importante. O problema é que eles estão sendo implantados de uma forma paternalista, sem os desdobramentos necessários para que as pessoas possam se tornar independentes e de assumirem seu papel real na sociedade.
 
De forma geral, o centralismo da Presidência é um dos maiores erros. O PT sempre pregou a descentralização, a autonomia, o respeito ao direito da população dizer e participar, mas não é isso que está sendo praticado. Infelizmente eu vejo que o Estado está totalmente sucateado. Sucateado de estruturas, ideias e estratégias.
 
Publicado em 14 de março de 2014 pela Rede Sustentabilidade.
Ambientalistas publicam nota de agradecimento

Ambientalistas publicam nota de agradecimento

Conselheiros da Apremavi publicam nota de agradecimento aos apoios e solidariedade recebidos pelo lamentável episódio ocorrido no dia 04 de agosto.

Agradecimento

Agradecemos de coração o apoio e solidariedade de milhares de pessoas da região, do estado, do Brasil e do exterior, diante do lamentável fato ocorrido no último domingo dia 4 de agosto. Todo carinho e atenção que recebemos é muito importante na superação do trauma e também no encaminhamento de ações para que as autoridades apurem os fatos e façam prevalecer a justiça.

Como expressa o nome da Apremavi – Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – sempre trabalhamos para melhorar as condições de vida de toda a população e o respeito à vida de todos os demais seres (animais e plantas) que conosco dividem este planeta finito. Vamos continuar lutando e demonstrando caminhos de convivência harmoniosa entre os humanos e demais animais, respeito às florestas e a outros recursos naturais.

Além de agradecer pedimos a todos que nos ajudem para lançarmos uma campanha, dirigida às autoridades nos três níveis de poder, para que cumpram seu dever constitucional e legal de implementar ações concretas contra a caça, o aprisionamento e tráfico de animais silvestres e a circulação de armas.

Wigold B. Schaffer
Miriam Prochnow
Carolina C. Schaffer
Gabriela L. Schaffer

Caçador agride ambientalista com arma de fogo

Caçador agride ambientalista com arma de fogo

O que acontece, quando no meio da mata, por detrás dos arbustos, não é um bicho que aparece, mas sim um caçador camuflado e armado, que vem em sua direção com um rifle com mira telescópica apontado diretamente pra você? Pode acontecer um tiro de raspão na mão, por conta do reflexo de defesa da pessoa, mas pode acontecer o pior, que é o que via de regra acaba acontecendo, quando o alvo é um animal”.

Wigold B. Schaffer e Miriam Prochnow, Conselheiros da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), formam vítimas de agressão e ficaram reféns sob a mira de arma de fogo e ameaça de morte por mais de 30 minutos, neste domingo, 4 de agosto de 2013, quando faziam um passeio pela mata de sua propriedade em Atalanta, SC. Saíram de sua casa por volta das 10h em companhia da filha Gabriela para dar uma caminhada no meio da mata e fazer fotos da flora e da fauna. Em torno de 10h30min foram atacados por um caçador.

Wigold conta que o homem surgiu de repente, com vestimenta camuflada da cabeça aos pés, empunhando uma arma de fogo dessas que utilizam um “pente” de munição e mira telescópica.

Ao perceber algo se movimentando atrás de uns palmiteiros jovens inicialmente pensei tratar-se de algum animal e comecei a fotografar, segundos depois surge o caçador vindo em minha direção com o dedo no gatilho e a arma apontada diretamente para mim”, relata Wigold. Por instinto de fotógrafo, Wigold continuou fotografando a aproximação do agressor e gritou por socorro, já que Miriam e Gabriela vinham a uns 50 metros atrás. “O agressor não parou, veio direto em minha direção com a arma apontada, até quase encostar o cano em meu rosto, aí ele tentou arrancar a câmera fotográfica de minhas mãos, nesse momento, num gesto de desespero e reflexo segurei o cano da arma e o desviei do meu corpo, foi quando ele puxou o gatilho e atirou, o tiro passou muito perto do meu peito,” revela Wigold.

Após o disparo, Wigold conta que continuou segurando o cano da arma com as duas mãos enquanto o caçador tentava novamente virar o cano e apontar em sua direção, como não obteve êxito passou a agredir violentamente a vítima com chutes, coronhadas e até com a própria máquina fotográfica, que se partiu quando o agressor a bateu na cabeça da vítima.

As agressões foram interrompidas alguns minutos mais tarde com a chegada de Miriam, que estava um pouco atrás. “Ao ouvir o grito de socorro do Wigold e em seguida o disparo da arma, imediatamente pedi que a minha filha Gabriela corresse até em casa e chamasse a polícia”, relatou Miriam. Ela também relata que ao chegar perto do local viu o Wigold deitado no chão e o homem batendo nele com a coronha da arma: “Enquanto me aproximava fui tirando fotos para registrar a agressão e ao mesmo tempo reconheci o agressor e o chamei pelo nome”. Ao perceber a aproximação da Miriam e ver que ela também estava registrando o que acontecia, o agressor parou de espancar o Wigold e passou agredir a Miriam na tentativa de também lhe tirar a câmera fotográfica.

Os dois ambientalistas ficaram ainda por mais de 20 minutos sob a mira da arma do caçador, que queria lhes tirar as câmeras fotográficas. A situação só parou quando Miriam anunciou que a polícia já deveria estar chegando, pois a Gabriela saíra em busca de socorro logo após o disparo. Pouco depois, o homem se afastou caminhando de costas, sempre com a arma apontada em direção ao casal, até se embrenhar na mata.

Os ambientalistas Wigold e Miriam, nascidos na região do Alto Vale do Itajaí, tem destacada atuação em defesa da Mata Atlântica. O casal voltou para Atalanta depois de 14 anos trabalhando em Brasília. Wigold trabalhou por mais de 13 anos no Ministério do Meio Ambiente e Miriam fortaleceu a atuação da Apremavi em colegiados de âmbito nacional, como a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), onde foi Coordenadora Geral. Hoje é Secretária Executiva do Diálogo Florestal Brasileiro e conselheira do Diálogo Florestal Internacional. Os dois são fundadores da Apremavi, que completou 26 anos este ano.

A situação vivida pelos ambientalistas evidencia para uma preocupante realidade no Alto Vale do Itajaí e outras regiões de Santa Catarina: a prática da caça. Apesar de ser proibida no Brasil,  a caça continua sendo realizada, inclusive por jovens, com equipamentos cada vez mais sofisticados, como demonstra o episódio do último domingo.

As vítimas já denunciaram as agressões junto às Polícias Civil, Militar e Ambiental, bem como ao Ministério Público Estadual e Federal. Nos próximos dias, a Apremavi, juntamente com outras instituições de Santa Catarina e do Brasil, estará deflagrando uma ampla campanha junto aos órgãos públicos para que estes realizem operações de fiscalização da caça, soltura de animais aprisionados e apreensão de armas na região.

 

Saiba mais sobre a trajetória do casal:

 

Autora: Sílvia Franz Marcuzzo | sfmarcuzzo@gmail.com (51) 9341-6213.
Contato com a Apremavi: (47) 3535-0119.

Os movimentos de borda chegaram ao centro

Os movimentos de borda chegaram ao centro

As manifestações em defesa do Código Florestal realizadas ao longo dos últimos dois anos foram um dos prenúncios de que a sociedade estava indo para um lado e os políticos para outro. Pesquisas apontaram que 85% da população era contra mudanças no código e contra o desmatamento e 85% dos parlamentares ignoraram isso e mudaram o código e permitiram o aumento do desmatamento.

Essas manifestações, embora não tão numerosas quanto as de agora, mostravam que a sociedade estava em busca de um mundo sustentável, de qualidade de vida, de mais democracia, de mobilidade urbana, de transportes públicos eficientes e movidos a energia limpa, de conservação das florestas, de oportunidades de lazer, de melhorias na saúde, na educação…

Enquanto isso os políticos fazendo conchavos e negociatas: CPI do Cachoeira/Demóstenes sendo engavetada, mensalão, Renan na presidência do Senado, Blairo Maggi na presidência da comissão de Meio Ambiente do Senado, Marco Feliciano na presidência da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara, Dilma de mãos dadas com Katia Abreu e a CNA, ruralistas com a ajuda de Dilma destruindo o Código Florestal, Direitos Indígenas sendo usurpados, Unidades de Conservação sendo reduzidas por Medida Provisória, processos de criação (mais de 40) de novas unidades de conservação parados na mesa da Dilma, subsídios para indústria automobilística, estádios da Copa custando mais que o dobro do inicialmente anunciado, estradas congestionadas, nenhum investimento em energia solar e eólica, as vozes críticas dos movimentos sociais e dos cientistas sendo ridicularizadas e amordaçadas e até criminalizadas, afastamento total dos governos em todos os níveis dos movimentos sociais e suas legítimas reivindicações…etc. etc. etc.

Estava claro que uma hora a sociedade iria acordar.

A questão vai muito além de 0,20 centavos… queremos os temas do século 21 na pauta, com soluções sendo buscadas e efetivamente implementadas.

Mesmo assim os 0,20 centavos estão relacionados com uma das principais questões do século 21 que é a mobilidade urbana pois é inaceitável do ponto de vista de respeito ao ser humano que as pessoas tenham que ficar durante horas presas diariamente em intermináveis congestionamentos que implicam em outra irracionalidade que é a queima de combustíveis fósseis que vão agravar o efeito estufa e acelerar o processo de mudanças climáticas em curso.

Mobilidade Urbana implica em novos modelos de transporte com novas e limpas energias (solar, eólica, etc.), implica em construir ciclovias, redes de metrô e de ferrovias, etc. E tudo isso deve ser feito de tal forma que reduza a poluição e as emissões de carbono e assim comecemos a minimizar o problema das mudanças climáticas cujo principal vilão é a queima dos combustíveis fósseis.

Ou seja, para bons entendedores, 0,20 centavos podem estar no final, ou se preferirem, no início da busca por soluções efetivas, duradouras e sustentáveis… só assim a juventude que está protestando terá direito a um futuro.

 

Autor: Wigold Bertoldo Schaffer.

Rede Sustentabilidade comemora 500 mil assinaturas de apoio no sábado

Rede Sustentabilidade comemora 500 mil assinaturas de apoio no sábado

O sábado vai ser um dia para a Rede Sustentabilidade comemorar as 500 mil assinaturas de apoio para a criação do novo partido político. Em Santa Catarina, primeiro estado a atingir sua meta, haverá um mutirão de coleta de assinaturas no Trapiche da Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis, a partir das 14h.

É um dia de comemorar, mas também de manter e até de aumentar a mobilização, porque apesar de a legislação exigir o apoio de 500 mil eleitores para criar o partido, a #rede vai buscar 790 mil fichas. Isso porque, na hora de validar as fichas nos cartórios eleitorais, cerca de 30% pode ser descartadas por erro no preenchimento.

A meta de 500 mil foi alcançada na quarta-feira. Santa Catarina atingiu sua marca no fim da semana anterior: 9673 fichas (ou 110% da meta). A primeira meta no estado era de 30 mil. Mas, na época, a expectativa era de a #rede conseguir 1,5 milhão de assinaturas. Em maio, os dados foram reavaliados para uma marca mais realista dado o curto espaço de tempo. Com a nova meta de se conseguir as 790 mil assinaturas, SC passa a ter um novo desafio, que é o de coletar 14.000 apoios até o dia 07 de julho.

Um dos momentos mais marcantes em Santa Catarina foi a vinda da ex-senadora Marina Silva, que teve 20 milhões de votos quando foi candidata a presidente em 2010. Ela participou de caminhada no Centro de Florianópolis e de palestra na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). No dia, foram coletadas mais de mil assinaturas.

Depois disso, a ala jovem da Rede criou o Jovens + 1000, com o objetivo de coletar mil assinaturas em uma semana. A meta também foi cumprida. Há coleta de assinaturas em várias cidades do Estado.

Saiba mais

Qual é o nome do partido?
Rede Sustentabilidade

Qual o apelido?
#rede (em caixa baixa)

Quem pode apoiar?
Quem quiser, desde que tenha título eleitoral.

Como fazer?
Basta assinar uma ficha de apoio. Ela pode ser encontrada
em www.brasilemrede.com.br (basta baixar a ficha e enviar para o endereço CAIXA
POSTAL 1551 – CEP 88010-970 – Florianópolis-SC) ou com os multiplicadores, pessoas
que estão coletando assinaturas em diversos pontos.

Se eu apoiar estarei filiado?
Não, é apenas o apoio. Mesmo porque o partido ainda não está formado.

Os porta-vozes da #rede SC

Miriam Prochnow – Integrante da Comissão Nacional Provisória e da Executiva
Nacional Provisória da #rede
miriamscverde@gmail.com (47) 8840-7072

Mauro Beal – Integrante da Comissão Nacional Provisória da #rede
maurobeal@zipmail.com.br (48) 9981-4926

E-mail para contato com a Comissão Estadual:
comissaoredesc@gmail.com

Informações sobre a #rede: www.brasilemrede.com.br

A #rede SC nas Redes Sociais

Página da #rede Santa Catarina (facebook)
http://abre.ai/redesc-pagina

Grupo da #rede Juventude Santa Catarina (facebook)
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Caixinha de Recados da #rede Santa Catarina (ideias, sugestões, críticas, reclamações)
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Cadastro no Banco de Contatos #rede SC
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Elaborado por: Maurício Frighetto