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Em carta aberta, a avaliação das ONGs é de que estamos vivendo o maior retrocesso na área socioambiental desde os tempos da ditadura militar.

No dia 06 de março de 2012, diversas organizações da sociedade civil, entre elas a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) lançaram em São Paulo, em uma coletiva de imprensa, um documento para alertar a sociedade brasileira sobre os retrocessos que vêm sendo constatados na área socioambiental e estimular a reflexão para incentivar ações que revertam esse quadro.

As alterações no Código Florestal, a redução de Unidades de Conservação, a redução do poder de fiscalização do Ibama, os atropelos no licenciamento ambiental, a paralisação da agenda climática, a lentidão no saneamento, na mobilidade urbana, na regularização fundiária, o aumento da violência no campo e um Ministério do Meio Ambiente inerte são os itens apontados no documento intitulado “Sobre os retrocessos do governo Dilma”, lançado nesta terça-feira, 6/3,em São Paulo.

João Paulo Capobianco, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) explicou que as ONGs decidiram avaliar o conjunto de medidas tomadas pelo atual governo em relação à agenda socioambiental do Brasil e daí concluíram que houve uma inversão em relação ao que vinha sendo aprimorado nos últimos 20 anos. “A decisão de fazer o documento foi para mostrar essa situação e oferecer uma reflexão à sociedade paras estimular iniciativas que possam reverter esse quadro”. Para Márcio Santilli, do ISA, o governo Dilma está rifando o patrimônio socioambiental brasileiro. “Jogamos no lixo o que demoramos muitos anos para acumular”. Santilli foi contundente ao dizer que a presidente precisa ficar atenta. “Dilma precisa saber que o zelo pelo patrimônio nacional é dela”.

Maria Cecilia Wey de Brito da WWF e Paulo Barreto, do Imazon também chamaram a atenção para os retrocessos e para o projeto do Código Florestal aprovado pelo Senado, que será submetido novamente à apreciação da Câmara dos Deputados esta semana.

A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assistiu à coletiva e ao final foi entrevistada por repórteres presentes. Ela afirmou que não só não houve avanço na agenda socioambiental como se está retrocedendo. Mas afirmou que tem esperança de que se a sociedade brasileira mostrar que zela pelo seu patrimônio, a presidente Dilma possa corrigir os rumos.