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A candidata verde Miriam Prochnow, apresentou suas principais propostas e diretrizes de campanha para Deputada Federal, no dia 22 (quinta-feira), nas dependências do Restaurante Família Holz, em Joinville, com a presença de empresários, representantes da agricultura orgânica e lideranças ambientalistas da cidade.

Aproveitando as facilidades de comunicação e a interatividade da internet, a candidata Verde apresentou, durante o evento em Joinville, a sua estratégia de campanha eletrônica, lançando um conjunto de ferramentas de internet que incluem: Blog (www.miriamscverde.com.br), rede de relacionamento (http://miriamscverde.ning.com), Twitter (@miriam_prochnow), além de páginas pessoais no Facebook, Orkut e um canal no YouTube, onde serão postados vídeos da candidata e de apoiadores da campanha.

Entendo que a Internet é um ótimo espaço para fazer política, pois oferece uma forma transparente, ágil e interativa de comunicação com as pessoas”. Ela cita como exemplo os jovens da faixa etária entre os 16 e 24 anos (onde quase 80% utilizam a internet e 70% destes usam redes sociais) e também os formadores de opinião em geral. “Quero que as pessoas debatam comigo um conjunto de propostas a serem defendidas no Congresso Nacional, pois entendo que o projeto de desenvolvimento sustentável para o Brasil, defendido pela candidata a presidente Marina Silva e pelo candidato a governador Rogério Novaes, é um projeto coletivo e as pessoas podem e devem contribuir na sua construção, e eu estou aberta a sugestões de novas propostas e também sugestões de aprimoramento ou ajustes das propostas já colocadas ao crivo da população”.

Miriam diz que aceitou o desafio de concorrer a uma vaga na Câmara Federal “por acreditar que chegamos a um momento crucial para o futuro do planeta e o Brasil pode e deve ser protagonista do futuro e não apenas gerenciar as velhas e ultrapassadas formas de crescimento econômico, que não consideram a sustentabilidade, a finitude dos recursos naturais e o direito a uma vida digna da maioria da população e das futuras gerações”, afirma Miriam.

Acredito que a construção de um Brasil sustentável passa por uma revisão séria e profunda de temas fundamentais como saúde, educação, energia, transporte, apoio a agricultura familiar e conservação dos recursos naturais. O Brasil precisa de um novo olhar e uma nova forma de governar, com respeito a diversidade sociocultural e ambiental e aprofundamento da democracia, com maior participação e protagonismo das mulheres, dos jovens e dos núcleos organizados da sociedade”, completa Miriam.

Questionada se a questão ambiental vai ser a sua principal bandeira ela diz que a sustentabilidade e a utilização racional dos recursos naturais e de energias limpas deve ser o motor do desenvolvimento econômico. “Não há desenvolvimento econômico sustentável se este estiver pautado em cima da utilização indiscriminada de recursos naturais finitos e não renováveis, precisamos então reordenar o desenvolvimento para que este seja ancorado no uso sustentável dos recursos naturais e de energias renováveis e limpas”, afirma.

Miriam exemplifica que a questão ambiental deve estar inserida em todas as políticas públicas e dá o exemplo da saúde “no Brasil, mais da metade da população não tem acesso a redes de coleta de esgotos e mais de 80% do esgoto gerado no país é lançado diretamente nos corpos d’água, sem nenhum tratamento, inclusive em mananciais que são utilizados para abastecimento público de água. Em Santa Catarina a situação não é diferente” destaca e dá como exemplo o rio Cachoeira, que atravessa o centro da cidade de Joinville, a maior e uma das mais ricas cidades do Estado, que ainda não resolveu o problema da poluição, tanto por produtos químicos quanto por esgoto urbano, por absoluta falta de priorização por parte do poder público. “Grande parte das doenças que hoje afetam a população é causada por doenças transmitidas através da água”, e pergunta “é a água potável que transmite essas doenças? Não, é a água contaminada, poluída, ou seja, a solução do problema passa pelo saneamento básico nas cidades e no campo, que é nitidamente uma questão ambiental e de saúde pública ao mesmo tempo” afirma.

Com relação à educação Miriam diz que essa é uma questão central para superação da escassez crescente de trabalhadores qualificados em áreas estratégicas, que na opinião da presidenciável Marina Silva já caracteriza um verdadeiro apagão de capital humano. “Para enfrentar isso será necessário um investimento intensivo em todos os níveis da educação formal, pela ampliação do acesso às tecnologias e pelo desenvolvimento de outros espaços de aprendizagem. A educação deve ser prioridade política e orçamentária do governo”, afirma. “Para reorientar o desenvolvimento em busca da sustentabilidade e acompanhar um mundo em constante transformação é necessário valorizar os professores como protagonistas de ensino de qualidade e assim adaptar a educação para fazer frente aos novos desafios que se apresentam como as questões relacionadas às mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, o desenvolvimento de energias limpas e o mundo da era digital”, destaca Miriam.

Entre as proposta da candidata está a defesa da agricultura familiar como forma de garantir a produção de alimentos. “O governo deve investir no acesso pleno dos agricultores familiares aos serviços públicos, em especial a saúde e educação, além de garantir a inserção digital e o acesso à informação, facilitando a permanência no campo do agricultor e dos seus filhos”, diz Miriam. Sua tese vem acompanhada de dados que mostra que a agricultura familiar em Santa Catarina, com aproximadamente 200.000 famílias, é responsável por mais de 70% do valor da produção agrícola do Estado, sendo também um dos principais produtores de alimentos do Brasil. A agricultura familiar também é fundamental na geração de empregos, sendo responsável por cerca de oito em cada 10 empregos gerados no campo. “Defendo a atuação do governo no apoio e valorização adequada da agricultura familiar, com prioridade para a agricultura orgânica, através da implementação de políticas públicas que garantam mercado e preço justo aos produtos agrícolas”, completa Miriam.

A candidata defende ainda uma maior participação das mulheres na política e nos fóruns de decisão e afirma que “as mulheres devem ser autoras de suas próprias histórias ajudando a cuidar da natureza e das futuras gerações”. Também propõem que o estado deve ampliar os “investimentos públicos na criação de oportunidades para os jovens para que estes sejam protagonistas e ajudem a construir um Brasil sustentável”.

Miriam entende que “num país com 8,5 milhões de km2 há espaço suficiente para todos morarem em local digno e seguro”. Neste sentido defende que “as cidades devem se tornar mais democráticas e sustentáveis, garantindo a mobilidade e direito à cidade para todos os seus habitantes, a valorização da diversidade sociocultural e a busca de padrões sustentáveis para uso dos recursos naturais”. Defende que “somente a implantação de sistemas eficientes de transporte coletivo com baixa emissão de carbono e movidos com energias renováveis e ciclovias será capaz de garantir qualidade de vida nas cidades, hoje saturadas por congestionamentos, estresse, e perda de qualidade de vida”. Ainda em relação às cidades sustentáveis defende que os governos devem investir em ações e programas de prevenção, mitigação e adaptação para fazer frente aos efeitos das mudanças climáticas que se apresentam em forma de enchentes, desbarrancamentos, ressacas, secas e já afetam muitas regiões de Santa Catarina. “É necessário garantir locais seguros de moradia a todos os moradores urbanos, fora de áreas de risco de enchentes e desbarrancamentos e investir para realocar aqueles que ocupam tais áreas em razão de falta de condições econômicas”, pondera.

A questão energética também é tema da campanha da candidata. “Entendo que o desenvolvimento sustentável só será possível se estiver baseado numa geração de energia limpa, diversificada, renovável e descentralizada”, diz. Cita como exemplo países europeus como a Dinamarca que já produz mais de 20% de sua energia a partir do sol e do vento, além de Portugal que investe pesado em energia solar e eólica e a Alemanha campeã em produção de energia solar. Na Alemanha, “agricultores podem ser produtores de energia solar, instalando painéis solares nos telhados de suas casas e ranchos, tudo isso a partir de incentivos e financiamento do governo, produzindo assim sua própria energia e fornecendo o excedente para a rede pública. Infelizmente, o Brasil, um país com sol e vento em abundância ainda relega a plano absolutamente secundário as energias solar e eólica”, completa Miriam.

Outro tema que Miriam trata com especial atenção é o reconhecimento e respeito aos direitos, conhecimentos, inovações, práticas, tradições e formas de organização social dos povos e comunidades tradicionais. Defende ainda que o Brasil tem que garantir os avanços alcançados no último século na legislação ambiental, aprimorando a sua implementação com a simplificação e agilização de procedimentos e ações de capacitação, assistência técnica e orientação para aqueles que querem trabalhar na legalidade.

Comitês de campanha

Serão dois comitês fixos de campanha: um em Atalanta, cidade onde mora, e outro em Rio do Sul, cidade pólo do Alto Vale do Itajaí onde trabalha há mais de 20 anos. Estes comitês, cujos espaços já foram reservados, serão instalados nos próximos dias e seu lançamento oficial deverá acontecer até o inicio de agosto. Além dos dois comitês fixos, a candidata pega carona na campanha presidencial da Marina Silva e vai incentivar as pessoas a instalarem comitês caseiros com os dizeres “Esta é + 1 casa de Miriam e Marina”.

Com isso espera dinamizar a campanha e alcançar o maior número de casas, ruas, bairros, comunidades do interior e cidades de Santa Catarina.

A idéia é fazer uma campanha que toque o coração das pessoas, que sensibilize e faça com que as pessoas se sintam parte do projeto por uma Santa Catarina Sustentável” diz Miriam. E completa, “o PV é um partido sem muitos recursos e nós temos que ser criativos para divulgar nossa proposta. Vamos também neutralizar as emissões de carbono da campanha através do plantio de árvores nativas da Mata Atlântica, para isso vamos convidar os apoiadores e fazer mutirões de plantio em Áreas de Preservação Permanente que se encontram sem vegetação nativa”.

Segundo a candidata, todas essas ações serão divulgadas pelas ferramentas de internet e também através dos apoiadores da campanha, que começam a organizar grupos de apoio em diversas cidades.
Miriam está aberta ao debate de idéias e propostas com os demais candidatos e candidatas da região e do Estado à Câmara Federal, e não se furtará a debater ou defender suas propostas nos fóruns, rádios, jornais, TVs ou pela internet, quando for convidada, e finaliza dizendo que “essa vai ser um campanha diferente, alegre, envolvente. Estamos preparando novidades e surpresas muito criativas”, diz Miriam sem adiantar detalhes. “Não vamos perder tempo criticando adversários, vamos divulgar nossa proposta, ancorada em nossa história de luta e trabalho pela região e pelo Estado”.

Quem é Miriam Prochnow

Miriam é natural de Agrolândia no Alto Vale do Itajaí, casada, mãe de duas filhas, pedagoga, especialista em meio ambiente, é uma daquelas pessoas que dedicou toda a sua vida à defesa do bem comum e da qualidade de vida das pessoas e do Planeta. É uma das fundadoras da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), em 1987, no Alto Vale do Itajaí em Santa Catarina, hoje uma organização ambientalista reconhecida no Brasil e no exterior. No ano seguinte, tornou-se a primeira coordenadora geral da Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses (FEEC) e conselheira do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), representando as ONGs da Região Sul.

Desde então trabalhou incansavelmente na região do Vale do Itajaí e em muitas outras regiões de Santa Catarina e do Brasil, sempre buscando o desenvolvimento aliado com a preservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida da população.

Durante 14 anos acompanhou e participou ativamente das discussões no Congresso Nacional e no Ministério do Meio Ambiente, que resultaram na aprovação da Lei da Mata Atlântica até a sua sanção em 2006. Foi coordenadora geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica entre 2003 e 2007, uma rede que reúne mais de 300 organizações não governamentais do Brasil.

Desde 2008, é secretária executiva do Diálogo Florestal para a Mata Atlântica, que reúne algumas das principais empresas do setor da silvicultura e ONGs ambientalistas. Essa iniciativa visa promover o entendimento e a colaboração entre empresas e ambientalistas em prol da conservação, restauração e o uso sustentável das florestas, sobretudo em estados onde a atividade é muito importante, como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Bahia.

Por seu trabalho, capacidade de liderança e negociação, Miriam é reconhecida não só em Santa Catarina, mas também no Brasil e no exterior. Em 2005 recebeu o prêmio Ford de Conservação Ambiental por sua trajetória ambiental. “Precisamos saber encarar todas as situações com olhar crítico, e ao mesmo tempo de esperança, de ação concreta, para frente. Um olhar que nos dê a real noção do que precisa ser feito para que cada cidadão possa viver com dignidade, que as mulheres tenham oportunidades e direitos iguais, que os jovens tenham protagonismo e oportunidades de trabalho. Um olhar que garanta também às futuras gerações oportunidades dignas de viver neste planeta, felizes e com qualidade de vida. E que se reconheça essas mesmas oportunidades a todas as espécies que convivem com o ser humano”, defende Miriam.

Para Miriam, o fato de vivermos em um país megadiverso, que abriga o maior número de espécies de plantas e animais do mundo, nos dá a chance de transformar esta potência ambiental “numa nação onde o desenvolvimento sustentável não seja apenas mais uma bonita expressão, mas uma realidade que influencia e beneficia a todos”.